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17/10/2022

Comércio exterior brasileiro por transporte marítimo passa de US$ 400 bilhões

Comércio exterior brasileiro por transporte marítimo passa de US$ 400 bilhões

Responsável por transformar matérias-primas em produtos finais ou em itens intermediários, que podem ser alterados em outra etapa da produção, a indústria da transformação do Brasil perdeu competitividade no cenário global nos últimos anos, tanto na produção como nas exportações, embora as vendas externas tenham registrado um aumento de centésimos no período avaliado.

De acordo com o relatório “Desempenho da Indústria no Mundo”, divulgado nesta sexta-feira (14) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em relação às exportações mundiais de bens desse setor, a participação brasileira teve um pequeno incremento – de 0,77% para 0,81% entre 2020 e 2021 –, conforme estimativa da instituição. Mesmo assim, o resultado não foi o suficiente para manter a posição do país no ranking mundial: o Brasil caiu de 30º para 31º lugar, sendo ultrapassado pela Indonésia.

Ao contrário da exportação que alcançou leve alta, a produção nacional registrou um recuo na participação global de 1,31% em 2020, para 1,28% em 2021, segundo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido, na sigla em inglês).

As exportações mundiais caíram 5,3% em 2020, até por conta dos efeitos da maior crise sanitária vivenciada por todo o planeta, mas recuperaram fôlego no passado, período em que teve alta de 20,4%. “No caso do Brasil, a queda nas exportações em 2020 foi mais que o dobro da média mundial (12,6%). Para 2021, nossa estimativa é de crescimento de 26,3%, acima da média mundial”, prevê a CNI.

“Para reverter essa trajetória de perda de participação nas exportações de bens industriais, precisamos de uma estratégia nacional de comércio exterior, que enderece os velhos desafios de competitividade como a burocracia e os resíduos tributários nas exportações e, ao mesmo tempo, amplie e aprimore nossas redes de acordos comerciais para evitar dupla tributação com parceiros estratégicos”, disse Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, em nota à imprensa.

Sobre a participação nas exportações mundiais da indústria de transformação, o aumento estimado pela instituição não deve ser suficiente para manter ou posicionar melhor o Brasil no ranking mundial. “Apesar do aumento, o percentual está abaixo do registrado antes da pandemia de Covid-19 e não nos permite afirmar que o país conseguirá reverter a tendência de queda iniciada em 2012”, analisou Constanza.

Queda na produção
No mesmo período analisado, a participação brasileira na produção mundial da indústria de transformação caiu de 1,31% para 1,28%. “Esse percentual é o menor da série histórica, que se inicia no ano de 1990, e coloca o Brasil na 15ª colocação no ranking mundial”, destacou a CNI.

Essa tendência de queda produtiva é observada desde 1996, no entanto, o Brasil vinha conseguindo se manter entre os dez maiores produtores industriais do mundo, até 2014. “Com a recessão de 2014-2016 e a desvalorização do real, o país perdeu posições para o México e a Indonésia. Em 2018, foi ultrapassado por Taiwan e Rússia e, em 2021, pela Turquia”, indicou o relatório.

Desempenho de parceiros
A CNI também destacou o desempenho de parceiros comerciais do Brasil, como a China, que liderou o ranking mundial, ao registrar o maior aumento na participação nas exportações globais de bens da indústria de transformação: de 17,1% em 2020, para 18,43% em 2021. Coreia do Sul, Alemanha e Japão devem obter as maiores perdas de participação, no mesmo período analisado, considerando os 11 principais parceiros comerciais brasileiros.

“Apesar das perdas de participação, os dois últimos países devem se manter na segunda e na quarta posição no ranking dos maiores exportadores mundiais, respectivamente, diferentemente da Coreia do Sul, que deve perder duas posições, indo para oitavo lugar”, apontou a CNI.

Fonte: Portos e Navios, com informações da CNI