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16/11/2022

Entenda o que levou navio à deriva a bater na Ponte Rio-Niterói

Entenda o que levou navio à deriva a bater na Ponte Rio-Niterói

O navio graneleiro São Luiz que estava ancorado na Baía de Guanabara desde 2016, foi levado pelo vento e se chocou contra a estrutura da Ponte Rio-Niterói, perto de Niterói, no começo da noite desta segunda-feira (14). Não houve feridos, já que a embarcação estava vazia. A Marinha investiga o acidente.

Após a colisão, a ponte foi fechada em ambos os sentidos, por volta das 18h25, e a liberação só ocorreu às 21h33.

1. O que aconteceu para o navio se desprender?

O acidente ocorre em meio à mudança de tempo no Rio. Fortes ventos atingiram a cidade, que está em estágio de mobilização deste o início da tarde. Segundo o Alerta Rio, houve registro de vento forte nos aeroportos do Galeão (57,4 km/h) e Santos Dummont (53,7km).

2. O cargueiro estava parado onde e percorreu por quantos quilômetros?

A embarcação estava fundeada nas proximidades da Ilha do Governador. A âncora de 7,5 toneladas deveria manter a embarcação, de 200 metros de extensão por 30 de largura a uma latitude e uma longitude, parada. Acredita-se que o navio se deslocou por aproximadamente 1 quilômetro até atingir a estrutura.

3. Tinha alguém dentro do navio?

O cargueiro está vazio desde 2018. Até quatro anos atrás, ele era tripulado por marítimos da empresa Navegação Mansur, fundada nos anos 30 e dona do navio desde 1994, ano em que ele desceu a rampa do antigo estaleiro Caneco, no Caju. No momento da colisão, não havia nenhum tripulante.

4. Como é o navio? Estava carregado?

O graneleiro São Luiz já chegou a transportar 42 mil toneladas de carga. Ele tem 200 metros de extensão por 30 de largura e estava vazio.

5. A quem pertence?

A embarcação pertence a Navegação Mansur, fundada pelo pioneiro do setor em São Francisco de Itabapoana, Simão Mansur, deputado estadual pelo Rio por 12 anos e que chegou a ser vice-governador nos anos 60. Entretanto, atualmente existe uma disputa judicial e por isso a embarcação não pode ser usada.

6. Em que ponto o navio atingiu a ponte?

A batida foi entre os pórticos 11 e 12, no lado de dentro da baía, ou seja, na pista sentido Niterói-Rio.

7. A ponte ficou danificada?

Técnicos da Ecoponte, concessionária que administra a via, fizeram mais uma vistoria no local do acidente para analisar se a estrutura ficou danificada, e liberaram totalmente a circulação de veículos.

O guarda corpo da ponte foi atingido pela torre de exaustão. Segundo a concessionária Ecoponte, uma avaliação feita na estrutura da ponte mostrou que a colisão do navio não causou comprometimento na estrutura da via.

8. A ponte está liberada?

Todas as quatro pistas da ponte, nos dois sentidos, estão liberadas.

9. De quem é a culpa?

A Marinha informou que abriu inquérito para apurar as causas do acidente. Segundo o texto da nota, enviada pela assessoria de imprensa, o navio é "'objeto de processo judicial" e está ancorado desde 2016 na Baía de Guanabara.

A destinação da embarcação São Luiz é objeto de processo judicial. Enquanto aguarda a decisão judicial, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido pela Autoridade Marítima, na Baía da Guanabara, desde fevereiro de 2016, sem oferecer riscos à navegação", diz o texto.

"Um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente." A Marinha não deu detalhes sobre o processo judicial.

10. Após o acidente, para onde o cargueiro foi levado?

Depois do incidente, o navio graneleiro São Luiz foi ancorado entre os armazéns 13 e 14, na Região Portuária do Rio. Imagens do Globocop mostram a torre de exaustão da embarcação, que tem 52 mil toneladas, bem avariada justamente na parte que colidiu com a ponte.

Fonte: G1